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Um sábado qualquer…

Hoje acordei meio zonzo. Na verdade acho que ainda estava dormindo, meus olhos colados provocavam meu tato em busca do celular, o mundo gritava enquanto eu dormia, mas eu não acordava.
 
Tentando me encontrar no meio de tantas ocorrências uma janela se abre, minha visão se organiza em focos. Bom dia, dizia ela. Me chamava para tomar café em sua companhia. Eram sete da manhã de um sábado frio, mas ensolarado.
 
Vesti-me de forma a ficar bonito pra ela, era um jeito bobo e simples de presenteá-la pelo convite para o café matutino, caminhei pelas ruas vazias e molhadas pelo orvalho. Corpos destacavam-se e bamboleavam pelas calçadas do centro. Cachorros alvoroçados pulavam. Ela estava para no jardim, olhei pra ela xingando-a com um sorriso no rosto. Braços se entrelaçaram.
 
Comemos, tomamos, conversamos, rimos e enquanto tantos dormiam nossas vozes rasgavam o silêncio calma da manhã. A cidade despertava aos poucos, como se enrolasse na cama ainda tentando dormir. Nós rimos.
 
Numa das esquinas do centro nos despedimos, caminhei pelas ruas ainda molhadas pelo orvalho, organizei a casa, acendi um incenso e pela primeira vez a muito tempo me senti pleno de mim.
* Imagem por Leco Vilela.
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