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Categoria: Sexualidade

Cumplicidade

É no escuro que o amor se faz e o gemido se deita ao lado na cama.
O plástico vira pele e penetra lentamente a alma.
O carinho que vem tênue no braço. Artificial tornando-se real.
O prazer em lugares inesperados, impensados, impossíveis…
São expressões fixas que se transformam conforme o olhar.
São corpos estáticos que se tornam fluídos enquanto se enlaçam.
O Desejo além dos olhos são suspiros mudos que se findam nas coxas.
É a cumplicidade de dois corpos que se habitam.

*Este texto foi entregue a quem visitou a exposição ‘Cumplicidade’ nos dias 3 e 4 de agosto de 2012
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Peito

Aaron Kawai (sekushy)
Quero encostar minha cabeça em seu peito e brincar de desenhar com as nuvens do céu.

Nós dois nus sobre o lençol branco cheio de linhas enquanto a luz do abajur te contorna as coxas. Sinto minha cabeça subir a cada inspiração.

Sua mão a fazer cachos nos meus cabelos escuros. Ninhos.

Você levanta e abre a geladeira, recebendo o vento frio e que arrepia o peito. A gravidade te faz tão bem.

Ainda nu você enche as taças de vinho. Senta-se no banco da janela e me pinta com um olhar de poeta.

… Eu confesso que umedeço.
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Uma linda mulher

Seus olhos claros e límpidos a destacavam na turva realidade do dia-a-dia. Ela costumava sorrir a quem lhe cruzasse o caminho, de alguma forma sentia que ajudava quando fazia isso.
Não estava de toda errada, afinal ao ver o quadro perfeito que envolve seu sorriso e acentua seu olhar singular homens e mulheres pareciam receber o toque de um anjo.
Ela era assim, amável, carinhosa, e por que não angelical? Mas assim como Terezinha, não demorou muito e foi ao chão, de anjo passou a demônio, de menina do vestido branco virou Geni. Aqueles olhos que antes lhe agradeciam sorrindo hoje a repudiavam em carrancas.
E a origem desse ódio desmedido e dessa raiva inconsciente era uma simples vírgula que ocupava o lugar do traço. Ela não havia mudado e mesmo assim ouvia em coro termos xulos ao passar na rua, eles é que haviam mudado.
Nada mais de sorrisos e nada mais de olhares, somente uma ira ancestral que culminou na morte por apedrejamento da bela moça, aquela que morreu por conta de uma vírgula, de um simples erro gramatical.
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Gritei, cantei e pulei; mas eu fiz a minha Revolução

Foto tirada por Marcelo Sá, na Marcha Contra Homofobia que rolou nesse sabádo (19/02) na Avenida Paulista.
Fizemos o caminho oposto da tradicional Parada do Orgulho Gay. Saímos da Praça do Ciclista, na consolação, rumo ao número 777 da Paulista, próximo a brigadeiro. Esse endereço foi escolhido devido aos dois ataques que se tornaram notícias nas mídias nacionais.

Protestamos de um jeito leve, bem humorado e acima de tudo politizado. Não éramos gays, lésbicas, travestis, transsex, bissexuais, héteros, etc. Eramos cidadãos em busca dos nossos direitos.

O que fica? O sentimento de que enquanto não mudar, enquanto não parar, enquanto não chegar ao fim; esse preconceito, essa homofobia. Nós vamos pra rua, por que como diz o grito da manifestação “Você ai parado também é violentado!”

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Queerfest

Lembra do “Abaixo as roupas íntimas!”, pois então, tudo isso se repete, passa-se um ano e lá estamos de novo.
É agora em março dias 15 e 16 que rola mais um edição do queerfest, o primeiro evento de queercore do país.
Na minha primeira postagem sobre o evento eu falei sobre o surgimento desse movimento e um pouco sobre a idéia do evento, e hoje vamos falar mais sobre a idéia dessa edição. O evento busca uma temática de extrema importância, o Mercado, a Política e a Transgressão. Buscando sempre a liberdade de gênero, a desconstrução desse corpo formado por uma sociedade heterosexista que gira em torno de um capital mais importante do que as várias vidas que nos cercam. Contando com debates, oficinas, shows e festa o evento traz a tona uma série de questões que são caladas todos os dias por nossa sociedade. Não esquecendo da filosofia “faça você mesmo” que predomina por todo o evento, dessa fez contando com nomes como: Nerds Attack(SP), Solange tô Aberta(SSA) e Lixo é Luxo(ES). Com oficinas de estêncil entre tantas outras coisas. O Vídeo Paperdoll também é uma atração do evento. Então é isso, pra quem já foi se prepare para ir de novo, pra quem não foi vale a pena conferir. Pra quem mora fora de São Paulo, arrume um caravana e venha, já tem caravanas saindo de Curitiba e Vitória, então não tem desculpa, bora lá.

“Dançaremos ao som da queda da cultura simbólica e celebraremos o troca troca de experiências de vida e de luta. Não há masculino. Não há feminino. Seja Livre. Saia do mapa das categorias”. – Retirado do site do evento.

Links:
Queerfest
Van de Vitória
Van de Curitiba
Fotos do último Queerfest


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