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Categoria: Sopro

O homem invisível

 
Penso em um homem ultimamente, ele usa um terno preto, uma camisa branca com a gola aberta, seus sapatos brilham. Ele tem o corpo suave, simples, másculo. Seu cabelo é negro e seu queixo largo.

O procuro entre os corpos da paulicéia e não o encontro. Não sei seu signo, seu nome, seu endereço. Eu nem o conheço. E mesmo assim vejo-o, desejo-o e sinto-o ao fechar meus olhos.

Sonho com ele a cruzar a rua, com a voz roca a soar leve em minha nuca. Quem é você?

Quem sou eu? Eu que espero por um homem invisível. Um homem feito de um sonho capturado pelas minhas pupilas cerradas.

Quem és tu?… Tu és o nada.

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Sopro

Encontro é derivado de uma quebra das leis da física tradicional, encontra-se algo não só por tocar, ver ou ouvir, muitas vezes não sentimos, enxergamos e escutamos o que encontramos. Voar é possível, sair da presença perpétua do seu corpo e por um instante a soma de dois corpos quebram a lei da física e ocupam o mesmo lugar no espaço. Saber que posso quebrar todas as leis sistemáticas que me foram impostas ao longo da vida realmente me faz feliz, me mostra que anos de mestrado, de experiências não justificaram nem explicaram como uma formiga carrega 10 vezes o peso do seu corpo, assim como anos de estudos foram pro lixo, quando dançando, transando, andando, deixamos de ser apenas 1 e em questão de segundos somos a soma de 1. Descobertas, de um estudo profundo do corpo, de uma dança onde o chão não é sólido e onde os ângulos e os não-ângulos se fundem numa simetria inusitada, formas e disformas, nada se anula, talvez no fim a anti-matéria não anule a matéria, talvez ela só some. É sempre bom lembrar que o ser-humano só enxerga em determinadas vibrações de luz, logo quantas coisas vibram num padrão que não vemos? Ou soam numa frequência inaldivel?… Gosto de sentir o vento batendo no rosto, é tão bom sentir que a brisa não para no rosto, simplesmente atravessa e segue seu sopro.

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