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Categoria: Viagem

Adam


Às vezes quando eu andava com nuvens escuras sob minha cabeça, atravessava a Lima e Silva e já na esquina da república um sorriso se formava, parece que meu corpo ia se felicitando conforme aqueles acordes iam entrando.

Adam tinha o poder de me fazer sorrir, mesmo quando eu estava do outro lado da rua e distante cumprimentava-o enquanto ele tocava. Escocês e seu violino, ah! Vocês deviam de ouvir quanta alegria se transmitia e como o dedo dele corria, era contagiante, eufórico e eu simplesmente sorria.

Nunca disse isso àquele grande homem, de seus quase dois metros de altura, loiro, magro e de cabelo bagunçado. Adam, o violinista, não está mais por aqui, tomou outro rumo, foi para outro lugar. Deixando-me com a minha grande falha que foi nunca dizer a ele o quanto a sua música me fazia bem.

Conversamos muito uma noite dessas, moramos até mesmo sobre o mesmo teto algumas semanas, então eu escrevo isso e espero que um dia ele saiba que sua arte ainda reverbera em mim. Não sei se um dia ele lerá este texto, então só me basta acreditar no poder da palavra.

Your talent, your music, your art make something smile on me and for that I just can say thank you a lot.

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Outros Aires

Foto por Leco Vilela


Sono agitado, coração acelerado, curiosidade a mil. O avião decola. Três horas depois, outro país, outra cultura; latinos iguais, mas completamente distintos. Seus rostos mais europeus do que os nossos, sua língua rápida e cheia de expressões e fortes articulações.
É da janela do ônibus, que me tira do aeroporto, que vejo os prédios correrem pra trás. Um ar decadente se espalha por Buenos Aires. Charmes antigos e mal conservados nas periferias da capital.
Muitos passos e muitas esquinas depois; lá vou como gosto de estar, caminhando com minha câmera na mão. Sacando histórias e contanto imagens.

São dezoito horas, a 9 de Julio se enche. Barulho. Mesmo assim as ruas não param, o ar se respira e a beleza se instala. Cidade pós-apocalíptica.
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