Vivemos num periodo onde a música está estagnada, não temos grandes movimentos, nem grandes inovações.
Talvez seja o Tropicalismo o ultimo movimento realmente provocativo da música brasileira.
Claro que dentro do cenário underground nós temos grandes shows, com performances, e uma presença de palco incrível, mas dentro do cenário comercial fica muito a desejar, as inovações o ato de se arriscar fica por conta das bandas internacionais, parece que vivemos num período de ressaca da música onde tudo fica linear nada de grandes explosões de adrenalina, ou fica no banquinho e violão ou fica na formação clássica de palco, as maiores inovações que tomas é no funk e no electro funk, mas como disse são partes de um gueto, não da mídia comercial, depois de Cazuza e Cássia Eller, não vejo mais nada provocativo, que te faça pular, gritar loucamente, que faça você sair com a sensação de dinheiro bem gasto. Queremos renovações, queremos woodstock, grandes festivais, queremos um carinha de cueca, bêbado e drogado, mas pelo menos fazendo algo, se movimentando, fazendo barulho, vida sabe… Clamamos por renovação, das gritarias dos mutantes, da presença dos Secos e Molhados, da ousadia de Gal Costa, da loucura da Elis Regina, da força do Sepultura.
No fim é isso, quero só saber que vivi numa época de renovação, que valeu a pena ser jovem no aqui agora, ver as coisas mudarem, não uma coisa certinha padronizada, quero mais, quero mesmo é uma calça rasgada.
Tô meio sem comentário depois dessa pq isso é uma coisa muito cotidiana… muito na cara, digo. pra mim isso num é lá mta novidade e eu falo muito disso tbm com todo mundo que me vem puxando assunto de música. E quem não percebe é alienado!
Iria te recomendar o underground brasileiro de indie e eletrônico, mas vc jah deve conhecer, e não sei se é do seu interesse conhecer o J-Rock! Não acho q deva ser tão revolucionário pro seu conceto, mas.. é bom conhecer uma atmosfera nova. Talves eh disso q vc esteja precisando, não?
Você citou Cazuza e Cássia Eller e se esqueceu de um grande movimento (grande na proposta): o manguebeat. Chico Science foi o último músico jovem original do país. E a Nação Zumbi tá aí… indo. Mas, sabe, apesar de nem tudo deles me agradar, assisti a dois shows e fiquei pasmo: Cordel do Fogo Encantado e Teatro Mágico. O primeiro, bem melhor. Mas me surpreendi pela força que sugavam do seu público. Há muito tempo não via uma platéia de jovens brasileiros levando tão a sério aquilo que escutavam. Sem ainda discutir a qualidade, digo que me emocionei com esses shows e senti que algo estaria por vir.
O problema principal é que música não é entretenimento. Você emsmo afirma que é arta, mas também diz que quer “dinheiro bem gasto”. Dinheiro bem gasto não é um parâmetro aceitável para julgar a qualidade e integridade artística de um movimento. A tropícália, que você afirma tenha sido o último grande movimento provocativo, musicalmente se apoiava e preceitos do século 18. Misturar rock com orquestra a Europa fazia a quase uma década, e ser a “anti jovem-guarda” foi na verdade um grande golpe de marketing de quem se preocupava muito mais em aparecer do que com criar arte.
O cenário musical está em constante renovação, e essa renovação nunca está no mainstream. Desde o advento da polifonia no século XI a ruptura causa um desconforto e é, em um primeiro momento, rejeitada pelo grande público. O que mudou no PUNK foi social. musicalmente, a forma de canção e o conteúdo politizado das letras era mais que batido. Se a música é forte, o músico desaparece. Quem precisa transformar show em circo acho que não está sabendo tocar direito.
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