Antônio era assim, branco de seus 35 anos e cara de poucos amigos. A barba rala lhe dava um ar largado, facilmente confundido por vagabundo pelas senhoras da boa sociedade.
Antônio era dono de uma loja de discos, no centro da cidade. Reduto da juventude que a muito tempo ele deixou de contemplar. Vivia assim, ouvindo seus LP’s e conversando sobre música com as poucas pessoas que ele suportava.
Antônio não tinha filhos e nunca havia se casado. Seus pais moravam em outra cidade e secretamente, ele gostava disso. Agora ele estava numa fase meio blues e ouvia de tudo, mas sua favorita ainda era a Bessie Smith, embora ele não admitisse em voz alta.
Antônio era chato. Ele não gostava das coisas que a maioria gostava e tinha lá suas manias. E pra ser sincero a única coisa que fazia Antônio sorrir, era quando a calcinha que usava por de baixo da calça jeans, atolava.
Assim vivia Antônio, com a calcinha cavada no cú ao som de “St. Louis Blues”.
Antônio era chato. Ele não gostava das coisas que a maioria gostava e tinha lá suas manias. E pra ser sincero a única coisa que fazia Antônio sorrir, era quando a calcinha que usava por de baixo da calça jeans, atolava.
Assim vivia Antônio, com a calcinha cavada no cú ao som de “St. Louis Blues”.