Foi um encontro despretensioso, assim como o lugar escolhido, o Igrejinha, um bar na Fernando de Albuquerque, quase esquina com a consolação. era um espaço iconoclasta com luzes baixas e música alta.
Não era a primeira vez que ia naquele espaço, inclusive conhecia um dos garçons, um moreno alto, com sorriso simpático que além de pegar os pedidos flertava com todes que ali frequentavam.
A conversa era boa, pelo menos isso, tinha saído com tantos caras com um papo meio bosta ultimamente, ou então homens que só falavam de trabalho, assunto gatilho para se lamentar, era muito bom ouvir e ser ouvido. Falaram de cinema, séries, tatuagem e etcetera. Ambos estavam interessados um no outro, mas era um interesse contido, discreto.
Pelo menos até o primeiro beijo. Foi faísca na certa. Riam, se acariciavam e aos poucos o que estava contido foi desabrochando, alargando, tomando conta do espaço, até o momento que o único caminho possível era o quarto.
O sexo começou no caixa mesmo, se encoxavam enquanto pagavam a conta. Depois a caminho do metrô beijos intercalados por passadas de mão rápida por entre as pernas, as bundas que pediam por agarrões e os lábios que se mordiscavam mesmo quando estavam separadas, cada um de um lado do vagão do metrô.
Quando chegaram no quarto não tinha espaço pra mais nada além da doce animalidade da qual fingimos domar. Cederam enfim a tentação das bocas cruas, ele mergulhou no poço escuro e tocou fundo o outro pomo de adão. Lhe cuspiu na boca e meteu com força. Ficaram ali por horas a fio. Gemidos em esse com som de xis, ele gostava muito disso.