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Categoria: Amor

O homem invisível

 
Penso em um homem ultimamente, ele usa um terno preto, uma camisa branca com a gola aberta, seus sapatos brilham. Ele tem o corpo suave, simples, másculo. Seu cabelo é negro e seu queixo largo.

O procuro entre os corpos da paulicéia e não o encontro. Não sei seu signo, seu nome, seu endereço. Eu nem o conheço. E mesmo assim vejo-o, desejo-o e sinto-o ao fechar meus olhos.

Sonho com ele a cruzar a rua, com a voz roca a soar leve em minha nuca. Quem é você?

Quem sou eu? Eu que espero por um homem invisível. Um homem feito de um sonho capturado pelas minhas pupilas cerradas.

Quem és tu?… Tu és o nada.

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Sinto…

Foto: Leco Vilela / Edição: Camila Stella
Sinto falta de um país singelo, sem medo e com zelo pela alma alheia. Sinto falta dos bons tempos de menino, onde o pique era um poste e não blindagem para te proteger dos inimigos.
Sinto falta de acordar ao som de pássaros no pé da minha janela, sinto falta de sentir a respiração do vento, de ouvir a árvore falar. Sinto falta das sutilezas, dos detalhes, do tempo.
Saudosismo que não é só meu, que vejo em vários cantos e ouço em outros cantos. Esse jeito de viver a vida assim calado, amado, mesmo que por si, é um jeito nostálgico de querer de volta a vida que me foi roubada, é do sútil que tenho falta.
Daquele sorriso faltando um dente de leite, do cheiro de bolo a gritar no forno, sinto falta não da minha juventude, nem dos meus tempos de menino, sinto falta é das crianças que enxergam vilas em caixas de sapato.
Parece que de um jeito torto o mundo perdeu o posto, perdeu respeito, perdeu amor. Parece que no fundo do mundo só a lava e não outro mundo, como há tempos atrás se dizia. Parece que tudo perdeu a magia. E aquele menino mirrado, que mesmo apanhando continuava a conversar com a sua árvore, ficou esquecido e empoeirado nas estantes do tempo.
Sinto. Por isso escrevo este manifesto de peito aberto, pela retomada do simples afeto, pela volta de algo simplesmente belo, por algo simples e não complexo.
Foto: Leco Vilela / Edição: Camila Stella
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O Discodante

O post de hoje será dedicado ao Dia Mundial de Combate a AIDS
 
“Homem, mulher, gay, lésbica, hetero, bi e travesti, não importam as siglas. Ela não escolhe barraco ou residência, cor ou tendência e quem dirá credo ou prepotência.

Imprudência não é amar, imprudência é negar a existência. A sua existência. O caminho mais rápido para um fim é assumir o silêncio que cada célula do seu corpo grita. Imprudência não pode ser amar.

Nesse conto de fadas moderno o vilão é interno e imortal. A espada mágica não existe e Merlin se perdeu no tempo. O que fazer com os devaneios de uma vida? Nossa queda é eminente, a diferença é que nesse grande tabuleiro sua rainha está em cheque.

O dia segue e a noite chega. Veste sua armadura pra poder amar sem medo. Sem receio do veneno que escorre do teu corpo. Desarmado não temo o beijo. Ser discordante nesse caso é opção. Confiança de que meu corpo para você continue imaculado. Nossa troca de sentimentos não envolve seus fluídos, as partes eternas que não se unirão sobre o abraço vigiado dela. Ela existe, assim como a fruta mordida do seu passado. Sua saliva ácida queima minha pele e mesmo assim te quero. Bomba relógio. BOOM
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