Skip to content

Categoria: Atualidade

Uma carta para o céu

Foto por Leco Vilela

Olhar pela janela se tornou um hábito engraçado para mim. É que o céu ultimamente tem brincado de aquarela, pena que São Paulo é um potinho impermeável e não aceita a água que escorre do pincel. Uma ou duas pinceladas e pronto o pote já está cheio d’água.

Ah que bom seria se junto com essa água toda viesse um patinho de borracha, e que a água fosse limpa ao ponto de eu abrir a boca pro céu e me colorir por dentro, mas sabe como é que é né! Água com muita tinta, mistura e fica cinza.

E em quanto o céu brinca de se pintar em nuvens, as pessoas aqui embaixo brincam de chover pelos olhos, pois sem querer o céu jogou o potinho cheio d’água com tudo dentro pelo ralo.

6 Comments

O Discodante

O post de hoje será dedicado ao Dia Mundial de Combate a AIDS
 
“Homem, mulher, gay, lésbica, hetero, bi e travesti, não importam as siglas. Ela não escolhe barraco ou residência, cor ou tendência e quem dirá credo ou prepotência.

Imprudência não é amar, imprudência é negar a existência. A sua existência. O caminho mais rápido para um fim é assumir o silêncio que cada célula do seu corpo grita. Imprudência não pode ser amar.

Nesse conto de fadas moderno o vilão é interno e imortal. A espada mágica não existe e Merlin se perdeu no tempo. O que fazer com os devaneios de uma vida? Nossa queda é eminente, a diferença é que nesse grande tabuleiro sua rainha está em cheque.

O dia segue e a noite chega. Veste sua armadura pra poder amar sem medo. Sem receio do veneno que escorre do teu corpo. Desarmado não temo o beijo. Ser discordante nesse caso é opção. Confiança de que meu corpo para você continue imaculado. Nossa troca de sentimentos não envolve seus fluídos, as partes eternas que não se unirão sobre o abraço vigiado dela. Ela existe, assim como a fruta mordida do seu passado. Sua saliva ácida queima minha pele e mesmo assim te quero. Bomba relógio. BOOM
1 Comment

Geração Coca Zero*

Vivemos numa geração de esperas, num intercambio de idéias e conceitos, estamos no meio de tudo isso e tudo isso está no nosso meio.
Recebemos tantas informações que não administramos nem metade delas. Não sabemos quem somos o que somos e no fim não temos nem certeza se o som se propaga no vácuo.
Não têm como não associar a imagem do filme da Disney “Alice no País das Maravilhas” em que muitas setas dominam a paisagem, com a realidade do jovem atual, é um mundo de consumo exagerado de informações rápidas, conflitos internos por coisas cada vez mais complexas e detalhistas, somos como uma poeira em frente ao aspirador. Não sabemos do nosso destino, não sabemos por onde começar. Enquanto no passado os jovens lutavam por um mundo melhor, hoje vivemos nesse mundo construído com a missão de construir um próximo, num ciclo infinito de destrói e constrói. Moramos sozinhos, seja num apartamento no centro, seja num quarto na casa dos nossos pais, vivemos independentes e dependentes de nos mesmos e de tudo a nossa volta. Não sabemos que caminho tomar, mas sabemos dos que não queremos, muitos acabaram cedendo ao que vai acabar com a sua felicidade, outros vão até o limite pra se sustentar pra ter a absoluta certeza que não se venderam que não perdeu seu ideal, que é feliz que é livre, mas esse caminho tem pedras e espinhos, esse caminho machuca, esse caminho marca e exatamente por isso muitos dirão que não vale a pena, mas talvez seja isso que faça valer a pena. Enfim é assim vivemos, em eternos conflitos, numa época de perigos constante, perigos físicos, perigos psicológicos, perigos farmacêuticos.
Esse é o retrato de uma sociedade que cresce tanto a margem com dentro dessa sociedade tumultuada que vivemos hoje.

*Alusão ao titulo da música “Geração Coca-Cola” de Renato Russo.

3 Comments