Categoria: coisas
Um sábado qualquer…
O reflexo de um homem
Existia um rosto pintado no reflexo do espelho, uma pele branca com traços leves, sobrancelhas azuis e um preciso nariz vermelho. Na intimidade do reflexo seus olhos se cruzaram e pelo vácuo de milésimos de segundos ele era apenas um homem que não se reconhecia.
O estranhamento de ver seu rosto tomado por uma substância branca a qual ele não era familiarizado. Nada ali era próxima da sua realidade, parecia ter acordado em um sonho, antes de acordar de fato.
Tomado pelo milagre do tempo, ele parou, e parado ele se mantinha com o olhar vago para aquela imagem refletida.
Quando um palhaço deixa de ser um palhaço?
Pra onde vai o palhaço quando ele não é mais um palhaço?
O que ele faz?
Ele existe?
O tempo se passa e o palhaço sobrepõe novamente o homem, desenha uma gota em seu olho direito, levanta-se fugindo do espalho e sai em direção à lona.
Ouve-se aplausos e risos.
Eu sou a chuva
O texto sem fim
E se eu estivesse preso a algum conceito ultrapasso de felicidade? E se o mundo não fosse aquilo que eu sempre pensei que fosse.
Sou uma roleta russa, uma arma, uma bala e muitos lugares pra ir.
O peso de se fazer o que se ama.
O que se ama?
Seria errado ainda não saber o que se quer ser quando crescer? É muito “erre” numa frase só.
Penso de mais sobre essa tal estabilidade e mesmo sabendo que é uma farsa, eu não sei como ignorá-la. É persistente e permanente. O tambor roda e na minha testa o gelado do cano anuncia, sem bala.
Quando eu acho que eu me encontro, logo percebo que me perco. Silêncio.