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Categoria: Cumplicidade

3 de Copas

Eram três andando pela rua. Sorriam.

Caminhavam entre os prédios altos e as ruas estreitas da capital, a sombra dos prédios mantinha o caminho gelado, assim como a chuva provocada pelos inúmeros aparelhos de ar condicionado.

Já tinham quase trinta, mas ainda eram crianças, empurravam um ao outro como quem, por graça, faz o outro perder o equilíbrio. Eram amigos, confidentes… amantes.

Encontraram-se há pouco tempo, antes disso andavam separados a procura de um, mas foi nas curvas do dois que acharam suas metades. Definitivamente eram plural.

Na rua andavam sem medo, viviam acima de tudo. O povo em volta por sua vez temia. De alguma forma a existência daqueles três os amedrontava, o desejo de expurgar aquilo do todo era maior, maior que o amor que poderia existir fora dos limites da normalidade.

Aqueles três não eram homens ou mulheres, eram apenas crianças com seus quase trinta.

Os prédios não são feitos para as crianças.

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Cumplicidade

É no escuro que o amor se faz e o gemido se deita ao lado na cama.
O plástico vira pele e penetra lentamente a alma.
O carinho que vem tênue no braço. Artificial tornando-se real.
O prazer em lugares inesperados, impensados, impossíveis…
São expressões fixas que se transformam conforme o olhar.
São corpos estáticos que se tornam fluídos enquanto se enlaçam.
O Desejo além dos olhos são suspiros mudos que se findam nas coxas.
É a cumplicidade de dois corpos que se habitam.

*Este texto foi entregue a quem visitou a exposição ‘Cumplicidade’ nos dias 3 e 4 de agosto de 2012
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