Skip to content

Categoria: identidade de gênero

Noite

Noite, luz de neon entrando pela janela. Lá fora os saxofones gritam como gatos no cio anunciando o coito. Ela tinha um cabelo curto e negro, uma lua minguante tatuada no pescoço e seu corpo nu tingido pelo rosa e azul do neon lá de fora. Sua vagina, lisa, pulsava a cada acorde que entrava pela janela, ela estava úmida.

Ele tinha barba rala e cabelo bagunçado, olhos verdes que pareciam acender como um farol durante as noites quentes de verão. Alguns pelos saltavam de seu peito e o caminho da felicidade findava em sua pica de 22 cm já dura.

Beijaram-se, lamberam-se, sugaram-se. Seus corpos se entrelaçavam e se moviam em uma dança forte e promíscua, passos aos moldes do diabo e com deus olhando entre os dedos. No enrolar e desenrolar dos corpos, a garota mostrava a eficácia de um fio-terra. O garoto urrava enquanto ela sugava seu pau com o dedo em seu rabo, ele involuntariamente rebolava.

A garota tingida de rosa e azul abriu a gaveta pega uma sinta caralho e vestiu. Ele não esperava por isso, mas o tesão naquela momento era tanto ou talvez fosse o vinho que tomaram e que começava a fazer efeito, pois sua única reação foi erguer as pernas em frango assado enquanto dizia um baixo, porém articulado, vem.

Ela lambuzou o cu dele de lubrificante, enquanto enfiava o dedo devagar na intenção de abrir caminho para sua pica de plástico. Pegou-lhe as pernas e meteu enquanto ele a olhava encantado e segurava o grito de dor na garganta. As estocadas começaram devagar e aos poucos já encontravam um ritmo forte e intenso, ele urrava sentindo algo que nunca pensou existir, seu pau estava duro latejava, as veias se erguiam e sua pele inteira arrepiada gorjeava.

À noite, o saxofone, o neon, a pica, o pau, o ritmo, os pelos, o cabelo curto, a lua tatuada, a barba, o deus, o diabo, os seios, os olhos, a cama, o mundo naquele momento gozava e urrava grave.

Beijaram-se úmidos e gozados recuperavam o fôlego enquanto os corpos já pediam mais.


*Texto produzido para a Revista Rosa.
Leave a Comment

Queerfest

Lembra do “Abaixo as roupas íntimas!”, pois então, tudo isso se repete, passa-se um ano e lá estamos de novo.
É agora em março dias 15 e 16 que rola mais um edição do queerfest, o primeiro evento de queercore do país.
Na minha primeira postagem sobre o evento eu falei sobre o surgimento desse movimento e um pouco sobre a idéia do evento, e hoje vamos falar mais sobre a idéia dessa edição. O evento busca uma temática de extrema importância, o Mercado, a Política e a Transgressão. Buscando sempre a liberdade de gênero, a desconstrução desse corpo formado por uma sociedade heterosexista que gira em torno de um capital mais importante do que as várias vidas que nos cercam. Contando com debates, oficinas, shows e festa o evento traz a tona uma série de questões que são caladas todos os dias por nossa sociedade. Não esquecendo da filosofia “faça você mesmo” que predomina por todo o evento, dessa fez contando com nomes como: Nerds Attack(SP), Solange tô Aberta(SSA) e Lixo é Luxo(ES). Com oficinas de estêncil entre tantas outras coisas. O Vídeo Paperdoll também é uma atração do evento. Então é isso, pra quem já foi se prepare para ir de novo, pra quem não foi vale a pena conferir. Pra quem mora fora de São Paulo, arrume um caravana e venha, já tem caravanas saindo de Curitiba e Vitória, então não tem desculpa, bora lá.

“Dançaremos ao som da queda da cultura simbólica e celebraremos o troca troca de experiências de vida e de luta. Não há masculino. Não há feminino. Seja Livre. Saia do mapa das categorias”. – Retirado do site do evento.

Links:
Queerfest
Van de Vitória
Van de Curitiba
Fotos do último Queerfest


Leave a Comment