Ando com tanta fome nesses últimos dias, uma larica sem fim, no fim das contas. Fome de tudo, fome de mundo. É como se de repente eu tivesse me dado conta de quão grande é o mundo e de quão pequeno sou eu, e nessa imensidão de mundo, não me sinto perdido, mas sinto fome, fome disso, sede disso. Quero comer tudo de garfo e faca, de colher, de mão. Tenho fome isso é fato e eu quero comer o mundo inteiro e dane-se a indigestão do dia seguinte, nada que um engov não resolva, ou eu boto pra fora, visceral talvez, mas real, sem dúvida real, a fome é real, é mais que suposição, que abstração, é real.
Será que alguém pode me ver um pedaço de mundo ao molho pesto? Porque se ninguém puder, não tem problema… Eu mesmo faço, nunca tive medo de mão na massa, não vai ser agora que eu to com fome que vou me fazer rogado, eu quero a poeira, eu quero a estrada, eu quero a vida que eu deixei fugir por todos esses anos, to aqui vivo, de peito aberto e saiba que se tu – vida – não vens, vou eu!