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Nome da Coisa Posts

Uma carta para você,


Foto André Medeiros Martins

Eu só queria ver você sorrindo ao olhar pros meus olhos. Ouvir você suspirar palavras marcantes enquanto eu abro o zíper da sua calça e te masturbo como quem toca um instrumento em busca de uma nota única.
Ver suas bochechas rosarem enquanto pego a sua coxa com força e puxo contra a minha.
Sentir teus pelos roçando nos meus enquanto você vira os olhos, morde o lábio e solta um gemido baixo.
Ver sua pele arrepiar enquanto eu beijo sua nuca e meto minha pica entre suas nádegas brancas.
Você se liquefazendo entre meus braços, gemendo, gritando, mordendo. Pedindo mais.
Eu delirando a cada segundo dentro de você. Bombada após bombada, só querendo gozar na sua cara e ver você sorrir.
*Em homenagem a “Cartas Pornográficas de James Joyce”.
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Renata


Logo que eu a vi meu coração deu três pulos. A regata amarela mostrava levemente seu ventre quando levantava os braços. Cabelos bagunçados, lápis no olho e boca seca.
Sorriu com o canto da boca quando percebeu meu olhar.  Sua perna coberta por um jeans rasgado tocava a minha. Enrubesci. Ela destacava-se entre os vagões.
Tinha um ar imponente e ao mesmo tempo casual, suas unhas vermelhas e o allstar branco já sujo do dia-a-dia, ampliavam este ar de garota urbana. Sem frescura. Bruta e suave.
Quis dar-lhe um beijo, mas só me restou a timidez. Quis dedicar-lhe momentos mais longos, dobrar o tempo e estender a margem, deitar em teu colo e lamber-te de baixo pra cima. 
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Dragões de fumaça

http://www.flickr.com/photos/leonardovilela
Pela janela eu vejo os pássaros voarem. Me deparo com o meu reflexo e as lembranças do passado se materializam quando a minha iris encontra a iris da minha imagem.

São quinze para o meio dia e minha mente viaja. O barulho do motor ainda não venceu o cantar dos pássaros. Minha boca seca pensa no corte igualmente seco da minha história. Sempre fui de matar dragões e isso te deixa meio áspero. Talvez por isso memórias se tornaram afago.

Não sei ao certo em quanto tempo o sol vira lua, mas sei que durante esse tempo imaginário minha vida se desfez e nasceu de novo por diversas vezes. Águas passadas sempre caem no mar, salgam a boca e viram ondas de crista branca.

O volume dos carros começa a vencer o dos pássaros.
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Ausência

Rio Tietê – São Paulo, SP
Ando sem inspiração ultimamente, ou talvez seja aquele bloqueio criativo que todos falam. Mesmo assim, eu tenho por hábito escrever, mesmo que seja o que está passando pelo minha cabeça, sem a necessidade de um apelo estético durante o processo.

Acho engraçado como as coisas são hoje em dia, os inúmeros recursos da comunicação tornam cada vez mais necessário que tenhamos algo a dizer. Uma opinião sobre algo. Uma versão de um fato, e sendo assim como alguém pode não ter sobre o que escrever?

São nuvens cada vez maiores e mais intensas. Eu sentado na frente do teclado e simplesmente não tenho nada a dizer. Talvez seja isso, talvez seja a falta de assunto em meio a tantas histórias. Talvez seja interessante escrever sobre não ter o que dizer… Será?

Bom, acho que vale a pena arriscar, afinal ninguém pode me culpar por não ter nada a dizer quando todo mundo já diz algo. Os assuntos é que estão gastos. Vou deixa-los descansar para depois ter o que falar, é isso, deixar o assunto respirar para só depois ter o que dizer.

Que música boa essa que tá tocando… Pera. O que eu estava pensando mesmo?

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Vagalumes


m78

São onze horas e a lua desenha um largo retângulo no chão do meu quarto. A Janela escancarada é um convite para que o vento resfrie minha pele morena do sol. Estou deitado de bruço e com a cabeça pesada de tanto pensar.
Aproveito que já estou nisso e penso. Penso em como pude deixar o tempo passar assim. Penso em como fui inocente. Penso em como fui inconsequente.
Seu perfume barato colado no lençol da cama. O sono não vem. A cabeça agora pesa tanto que chega afundar o colchão.
Me canso e mando esse tal de pensamento pras cucuias. Cara chato esse que chega sem ser convidado, pesa na minha cabeça e me faz perder o sono.
Eu vou é pra rede fingir que as estrelas são vagalumes que ficaram presos no céu.
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