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Tag: coisas da vida

Acredita em mim

Acreditar. No final das contas tudo é uma questão de acreditar.

São dias perdidos acreditando em uma pessoa, anos perdidos acreditando numa instituição, décadas perdidas acreditando em um único jeito de vivenciar a vida; um script a ser seguido.

Mas como acreditar numa estrutura estática quando tudo se prova mutável?

Cada segundo as coisas mudam, eu mudo, você muda, germina, brota.

Como olhar para uma nova história e acreditar novamente em algo que já falhou? Falhou pra mim e pra você. Será que falha é a palavra certa?

Eu acredito todos os dias que seu cheiro e sua pele me faz falta ao acordar. Eu acredito que seu olhar cruzando o meu na mesa de jantar faz meu coração bater mais forte.
Eu acredito a cada segundo que eu estou contigo que você é aquela pessoa, companheira de longa data, que veio pra ficar. Eu gosto disso.

Mas como acreditar num modelo? Numa estrutura? Que não só limita a nossa existência, como tem erros crassos na sua execução.

Eu fico rodando em círculos apenas pra te dizer que eu to em dúvida sobre a forma e não sobre o conteúdo do nosso amor.



Espero que você me entenda.

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Meu primeiro beijo

Eu tinha 16 anos, um moicano com tonalizante vermelho, usava uma camiseta preta com uma caveira com a língua pra fora, uma jeans surrada e um par de all stars.

Eu estava com alguns amigos na paulista durante a Parada Gay de São Paulo, quando o trio elétrico da A Loca, passou por nós. Era o único trio que tocava um pouco de rock então eu deixei meus amigos e fui pra trás do trio dançar.

Quando percebi um homem com o cabelo liso e comprido atrás de um trenzinho  vindo em minha direção. Ele me olhava. Eu sorri. Deu pra ver seus neurônios repensarem diversas vezes se deveria ou não me beijar, eu era “tão novinho”. Me beijou. Foi tão certo. Meu corpo finalmente se encaixou. Na época eu não usava barba então a pele áspera do rosto dele arranhou minha pele lisa. Os pelos do braço dele encostaram nos meus, nossos peitos e barrigas próximos e a língua dando piruetas dentro e fora das bocas.

Ele foi embora e eu fiquei, mudado, diferente. Olhei pra trás, para onde estavam meus amigos, todos héteros, e eles comemoravam e acenavam pra mim, dedões pra cima, sorriso no rosto.

Depois disso foi uma questão de “Leco 1, Leco 2, Leco 3 e 4… Caralho Leco, 5?!”.

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