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O Elevador

Ela, presa em cinco metros quadrados. O escuro e seis vultos de ombros largos. Então, como quem esperava pela dor, ela recebe o amor. Um beijo que lhe rodou a cabeça e lhe deixou as pastas caírem no chão.

Seu coração acelerado a fazia tremer levemente, mas no escuro ninguém se denunciava, nem mesmo seu tremor. Uma vida seca era exposta a cada segundo que ela permanecia presa ali. Paredes de metais não são naturais, pensava. Quanto tempo pudera viver assim? Quem secretamente lhe desejava? E por que de repente se sentia diante do liquido viscoso de uma barata como em seu livro favorito?

A dúvida, de repente só isso existia. Cinco metros quadrados se transformaram em centímetros quadrados. Sufocava. E como se seu peito abrisse e se enchesse de ar a luz se acendeu. A porta se abriu. Seis homens saíram. E ela, pois ao chão recolhendo os papeis caídos como Terezinha a espera de quem lhe de a mão.

One Comment

  1. hahaha, que ótimo!

    e se ela gritasse?
    e se ela calasse?
    e se ela…?

    hahaha

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