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Atrás da multifacetada Catedral da Sé a calçada larga abriga ícones da história paulista.
O antigo terminal virou floricultura enquanto o sebo do Messias e seu samba chuvoso convidam aqueles que andam sem pressa a conhecer seu aroma próprio de livros com páginas amarelas.
A matriarca Santa Tereza que já passou pelas suas plásticas, mantém a classe de um tempo de outrora. O café negro pelando no shot expresso solta um gosto de república Café com Leite.
Escrevo sentado neste balcão que já abrigou tantas histórias, na minha frente um senhor com seus cabelos prateados alinhados toma sua taça de vinho rubro. Prefiro o clássico as nove horas da manhã, um pão na chapa de acariciar o céu da boca e uma boa média nada requentada. E nesse jogo de criar mundo com palavras Adoniram Barbosa se faz presente enquanto a caneta escorre pelo papel sem pauta.
Essa cidade expressa tem seus encantos para quem se rende a dança de passos lentos nas calçadas largas da paulicéia. Óculos escuros e bolsa nos ombros, me permito o baile entre Art Noveau, flores e concreto, lado a lado com o passado entre os espaços vazios que o centro me oferece na sombra dos gigantes de pedra com mil olhos vidrados.
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