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Autor: Leco Vilela

Subway

… É! São Paulo sempre surpreende, sempre tem das suas, o transporte público então, com suas desgraças, onde o vagão do mêtro parece uma lata de sardinha que se abre a cada estação… muitas vezes melhora o meu dia.

“Hoje é sexta-feira dia 30 de Outubro de 2009, são exatamente 7h42 e nesse horário já fiz muitas coisas, o mêtro está parado o que me dá mais tempos para essa resenha.
Bom, hoje acordei cedo pois as 6h44 chegava à São Paulo um pedaço do Rio de Janeiro, no caminho para a rodoviária, prensado entre corpos na lotação que me leva até a estação tucuruvi do mêtro, começa a tocar uma música do Jack Johson e o senhor atrás de mim começa a rebolar ao ritmo da música, com sua bunda ligeiramente grande – irresistível não se deixar rir da situação, “coisas de cidade grande” , vai saber?.
Depois de encontrar meu pedaço do Rio, sigo para a faculdade. No mêtro em pé diante de mim, um casal de [d]eficientes mentais se beijam, brincam de cocegas, sentam no colo um do outro, sem o mínimo de puder de serem felizes, sem querer me pego a sorrir descaradamente e achando graça me senti parte dessa grande metrópole que por mais cinza, cimentada e com um mêtro com sérios problemas, pois parou novamente, bate e circula quente como um coração.
São Paulo pode sim ser a terra da garoa, do trem das onze, mas é muito mais que isso, que cimento, é mais carne, é vida, é amor em meio de tanta correria.”

Atenciosamente,
Leco Vilela
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Poderes estranhos dessa tal Primavera

O tempo em São Paulo continua louco e a cidade continua impermeável, mas ainda assim São Paulo continua com seu charme e sua classe cinzenta, ela continua a mesma.
As vezes paro pra pensar nessa beleza estranha que essa cidade tem, na paz que eu encontro no meio do barulho dos carros, no meio desse caos e pessoas no modo randomico, e por óbvio caiu na grande diferença entre Rio de Janeiro e São Paulo, agora com motivos mais pessoais pra isso, e sempre me pego a fazer analogias, comparações, suposições. A mais nova delas tem sido comparar Sampa como uma mulher moderna, que não para nunca, que tem filhos ou não, que tem maridos ou não, que vai pra luta e depois volta pra casa ou não; e o Rio de Janeiro como um homem, seu clima quente, seus segredos, suas omissões, seu bem viver, sua “preguiça” – no bom sentido é claro.
Pois é… Tipos bem diferentes de pessoas, mas ainda sim brasileiros, alias o que mais temos nesse país são outros países, se me permitem o jogo. Independente de Rio, Sampa, Aracajú, João Pessoa, primavera aqui no Brasil é primavera e os amores seguem loucos.

*Fotografia – Leco Vilela

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Bangu

Estamos em término de processo com o “Meu Pé de Laranja Lima”. Acertando os últimos impasses técnicos e já a procura de locais para a apresentação, mesmo alguns estando pré-definidos. O processo foi bem interessante e caminhamos por um espaço criativo que motivou a experimentar e a expandir o papel criador, tanto no “ato” de atuar quanto na parte técnica de produção.
Pra quem não sabe ou não se lembra, já trabalhei com essa peça e nesse momento retomamos com uma nova roupagem, uma nova forma de contar essa história, e espero realmente que tenhamos os resultados que tivemos nas últimas apresentações, de preferência ainda melhores.
Essa história de uma criança que se torna “adulta” com seus 5 anos de idade, me remete a tantas coisas que acontecem nessa tal pós modernidade, tanto a questão do abuso infantil (sexual e trabalho) quanto ao infanticidio e a descaracterização sócio-sexual dos pré adolescentes da classe média. Mas ainda assim há história pra contar, há mágica pra se ver, ilusões pra se criar, e é por isso que estamos lutando.
Somos um organismo vivo e como aprendi nessa semana, muitas vezes nos deixamos cair por culpa de uma simples mitocôndria. (“O que nos faz infeliz e depressiativos é uma maldita mitocôndria” – Regina Rodrigues). Então o que me resta agora é continuar nessa roda gigante onde se empurra e é empurrado.

*Foto por Leco Vilela

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Metrô II – O Retorno

E mais uma vez o metrô de São Paulo para. Dessa vez devido a um incêndio num trem que circulava pela linha azul sentido Jabaquara. Funcionários do metrô informavam que o incêndio já havia sido controlado mas que devido a espera alguns usuários iniciaram um ‘quebra pau’ o que levou a paralisação total da linha azul do metrô, por motivos de segurança, e posteriormente a redução da velocidade nas demais linhas do metrô. A mídia se mantém tímida ao quesito informação sobre o caso.
Milhares de pessoas apelaram pra ônibus (linhas de ônibus foram deslocadas de seus itinerários para melhor atender a população), outras tantas voltaram pra casa. Fico curioso com o fechamento da bolsa de valores de hoje e como será avaliado as empresas já que boa parte dos seus funcionários estão atrasados e outra boa parte encontra-se em casa.

Esses incidentes com o metrô tornaram-se rotineiros, a população já começou a utilizar da força pra se manifestar, agora me pergunto onde tudo isso vai parar? Por que o tempo está fechado e a meteorologia anuncia chuva e para aqueles que moram na cidade ‘impermeável’ da garoa, sabem que isso é sinonimo de mais transito, mais estresse, mais acidentes.

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Metrô

E mais uma vez o metrô de sampa para. A tão famosa minhoca de metal, adimirada por muitos estrangeiros, anda com o intestino preso, se é que me permitem a brincadeira.
Enquanto isso nosso excelentissimo poder público aumenta as vias da Marginal Tietê, proíbe a passagem de fretados pela vias centrais, registra o rodizio de caminhões só até as oito da manhã e quer me fazer acreditar que isso não interfere no número de pessoas que utilizam o metrô. Sempre fui a favor de bicicletas e de meio de transportes limpos, mas o tão esperado “dia sem carro” me preocupa muito, não que os brasileiros levem a sério, mas vivemos numa cidade imensa, muitos levam a sério e isso pode lotar ainda mas o metrô. Pra quem mora em São Paulo e utiliza esse transporte sabe quão frustrante e costumeiro é ouvir “Os trens andam em velocidade reduzida devido a problemas na estação Sé do metrô” e tão rápido quanto ouvimos já sabemos que alguém cai, ou se jogou, ou foi jogado, nos trilhos do metrô.
impedindo a maioria das noticias de serem vinculadas, mesmo que com isso contribua pra o Soluções urgentes pra transporte são exigidos pela população, a mídia ainda oculta boa parte dessas informações, e nesse aspecto a assessoria de imprensa do metrô está de parabénsestresse e o aumento de irritabilidade do Paulista, que além dos malefícios psicosomáticos já conhecidos, pode trazer algo nada agradável como um belo soco na cara.
Realmente espero que as coisas se resolvam antes de ver as pessoas se socando ao melhor estilo far west.
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