Autor: Leco Vilela
Diário ou algo do tipo.
Diário Lunar, dia 21 de Junho de 2008, e começou mais um relato de Leonardo Silva e Silva.
Fazem exatamente 21 dias em que eu não escrevo coisa alguma nessa coisa, e agora me deparo com ilustres pensamentos performáticos, o que logo de cara me obriga a escrever. Coisas aparte, estréio semana que vem com a peça “Meu pé de Laranja Lima” com direção da Giseli Ramos. O texto do Sartre “Entre quatro paredes” está em processo, estamos descobrindo coisas maravilhosas, maneiras interessantes de como contar essa história, dirigi-los está sendo um passo muito interessante nesse aspecto. Peças aparte, existem alguns blogs que eu frequento e que realmente me influenciam muito, na minha escrita e na minha concepção de algumas coisa, um deles é o do Velho Marujo, vulgo René (Brincadeiras a parte), gosto das coisas que ele escreve, de como ele expõe as coisas. Sem contar as aulas de história do teatro que as vezes ele dá, através do blog, o que suprime uma certa carência que eu tenho sobre o assunto. O Curta Erebo que eu gravei já está no youtube, então dêem uma olhada, por que está legal e a idéia é boa.
Bom o titulo logo já diz então não se sinta desprovido de conhecimento, isso é um texto inconciso e indigesto, coisas soltas, aleatórias, então se cansar de ler na metade do caminho ou de não entender patavinas, fecha a janela do blog ou leia mais tarde, afinal ler é um arte… Até mesmo ler essa coisa aqui.
Ele se chamava Daniel
“Tinha formato humano, mas em miniatura, algumas lãs pareciam formar uma espécie de cabelo, aquilo que talvez fossem os olhos eu conhecia, botões de camisa, estampava um sorriso magnético com buchechas rosadas, usava uns trapos como vestimenta, aquilo eu já tinha visto, as filhas dos generais usavam aquilo, pra ser sincero os trapos e os vestidos eram bem parecidos”.
Era uma boneca, algo comum, mas que não fazia parte da sua realidade. Talvez por isso lhe chamou tanta atenção. Curioso como sempre, nem esperou pra pegar aquilo. Naqueles nove anos ele imaginava que tinha sido a pior idéia que ele já teve na vida.
“Uma semana depois da boneca, meu corpo ainda doía, eu ainda tinha marcas no meu corpo, mas papai sabia muito bem como deixar marcas sem que os outros vissem. Diria mais, aqueles olhos sem brilhos… o que ele fez comigo não deve ter sido nem um terço do que ele era capaz, por isso no fundo eu me sinto grato ao papai”.
José já era capitão há muito tempo, Miguel e Antonio pareciam idolatrar a carreira militar do pai. Miguel tinha dezessete, estava prestes e ansioso para entrar no exército, Antonio tinha catorze, capitão de tiro ao alvo júnior e o melhor no “polícia e ladrão”. Ele, Daniel, com os seus nove anos, sabia atirar e carregar uma arma tão rápido quanto Miguel e corria como o vento. Esses foram os brinquedos desses irmãos. Essa foi a infância deles. Moravam numa pequena vila no bairro da penha em São Paulo.