Rolos, sprays, colagens, caos urbano, protestos pela imagem, intervenção urbana, coisas que acontecem nas paredes de uma cidade caótica, mas não vemos.
Expressar a sua opinião por imagens em paredes públicas por muitos é considerado crime contra o patrimônio, mas qual será o o patrimônio real? O graffiti ou o grafiteiro?
Dizem que temos liberdade de expressão, mas se é assim por que não podemos nos expressar na rua? Numa coisa que é supostamente pública, mas quando acontece na prática é interditada. Até ai isso não é mistério para ninguém, mas mesmo assim são poucos os que procuram fazer alguma coisa, fazer a diferença, temos casos onde os grafiteiros passam para o outro lado da parede, saem da rua e entram nas galerias e começam a ganhar dinheiro, porque assim é o sistema, ele nos repele, não conseguindo tenta nos absorver e muitos são absorvidos, assim como tentaram com Banski na Inglaterra, conhecido por fazer intervenções em grandes museus, e com muitos outros artistas. Intervenção urbana vai alem de graffitis, pichações e colagens, existem várias formas de se intervir e ocupar um espaço que é seu, seja com teatro de rua, seja contando histórias numa praça, ou dançando em praça pública, todos esses espaços são nossos e devemos ocupa-los, transformar nossas vidas e a de mais quem for possível, é muito fácil colar sticks na R. Augusta, reduto alternativo da cidade de São Paulo e pronto se achar “contra-alguma coisa”, mas pensando em níveis de intervenção, o quanto isso aplicaria? quantas pessoas prestariam atenção num lugar onde há mais sticks do que pessoas? Você não precisa ser identificado pelo seu desenho pra mostrar sua opinião, faça isso perto da sua casa, na praça da sua região, invente alguma coisa, piche ou grafite a sua parede, conte a sua história, mas faça, não fica a mercê de uma segunda alienação onde todos pensam ser [des]alienados.
A questão é pura e simples, você pode fazer a diferença e não estamos falando de clichêzinhos de televisão, estamos falando de uma realidade que nós chama a todo instante e mesmo assim ignoramos, dizem que nos adaptamos muito fácil a coisas, principalmente as ruins, o homem criou a roda e ao invés de evoluir o seu invento para que as irregularidades da pista não o atrapalha-se, preferiu regular a pista. Então tá na hora, você não acha?
* Titulo em homenagens ao trabalho das meninas e menino do coletivo contrafilé.
1 Comment