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Autor: Leco Vilela

Desabafos pós morte

Não sei bem qual é a dor de estar vivo. Sinto-a. Vivo. O movimento acaba por ser inerente a minha vontade, não se trata de seguir em frente. Segue-se para os lados, para cima e para baixo. Somos polivalentes. Plurais. Racionais. Talvez seja esse nosso eterno erro.
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As melhores coisas do mundo

É gente e falando de cinema brasileiro vamos a algo que sem dúvida nenhuma deu certo.

O Filme de Lais Bodanzky “As melhores coisas do mundo” trata com sutileza, clareza e honestidade a vida desses adolescentes paulistanos que não param de correr e recebem informações como torpedos de alguma armada gringa.

Uma família com seus dois filhos, os pais se separam e então vem a bomba. “Acho super normal o pai dos outros serem viados, mas meu pai ser boiola é foda!” frase de Mano, personagem principal da trama. A história gira em torno da vida pessoal e escolar de Mano, 15 anos. Fala sobre a invasão de privacidade adiquirida pela internet. Descobertas Sexuais. Verdades e Mentiras.

Sem dúvida um filme muito agradavel pra se assistir. Então não perca tempo e saia da cadeiro do seu computador direto pra cadeiro do Cinesesc lá na Augusta!
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Por favor mundo, para!

Tem sido difícil agüentar as pedras da vida, “largue todas” dizem os livros de auto-ajuda, mas onde eu fico se essas pedras rolarem? Serei eu fruto e reflexo das pedras que carrego? Medo que de repente eu descubra que adormeci no meio do percurso e quando acordei já estava em outro mundo. Mundo esse que massacra e pisa em sonhadores como eu, onde cabe meus delírios se aqui não se tem tempo pra sonhar. E se tempo é dinheiro por que não ganho  ele quando faço o que alimenta minha alma?
Como disse Kafka, ficaria mais do que feliz em encontrar qualquer coisa que me alimenta-se ao invés daquilo que hoje me nutri. Eu cairia de boca nessa janta colossal.
No meio de tantos As e Zs me sinto uma Alice perdida com as setas a brincar com as direções do meu destino. Se te peço algo é por que realmente preciso, me traga calma D’us, me deixa ficar em equilíbrio, me mostra a calma dos monges que morrem numa briga contra as frias armas de um exército chinês.
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Como estragar um filme ‘Do começo ao fim’

Um filme com um tema central forte, trás atona a relação incestuosa de dois irmãos, filhos de pais diferentes mas da mesma mãe.
Com participação de Julia Lemmertz e direção de Aluizio Abranches, “Do começo ao fim” que tinha tudo pra ser um dos maiores filmes do ano no cenário brasileiro, acabou se tornando sem dúvida nenhuma um dos maiores fracassos desse segmento.
Acho que todos aqui acompanharam o BOOM de links do youtube passando o trailler da relação de incesto entre esses dois irmãos, a assim com eu muitos ficaram intrigados e ansiosos para assistir o tal filme. Confesso que demorei à assistir esse filme, pois a crítica foi bem afiado com relação a ele e agora entendo por que. Com erros de continuidade, roteiro e direção bem visíveis a qualquer um, inclusive os mais leigos com relação a sétima arte, o filme que tanto prometia foi desmoronado logo nos primeiros 10 minutos de filme. Com imagens de nudez gratuita apelando para um interpretação mais etéria do que seria essa relação proibida, as imagens acabam por não comportar a intenção principal.

É de base pra todos que estudam a função dramática que pra se existir uma história é necessário um conflito principal, e era de se esperar no mínimo que esse conflito fosse a relação desses irmãos e não o fato de um deles ir pra Rússia. A impressão que temos como espectadores é que o filme não passa de um curta que foi prolongado para executar suas 1h30 de existência. Um dos detalhes mais engraçados e sórdidos é o fato dos pais e o micro organismo social que envolve essa relação não dar a mínima pro fato de serem dois irmãos numa relação sexual, longe de mim ser moralista mas entendo o processo de catarse dos personagens e realmente era necessário um conflito desse tipo pra ai sim Francisco poder correr atrás de seu irmão e amor Thomás na Rússia.

Ficamos então a espera de novas coisas, novos personagens, novos diretores, que tenham no minimo o culhão necessário pra se fazer um filme decente e que realmente merece um tema como esse, esperamos também que assim como esse filme que teve a coragem de existir que muitos outros com assuntos mais polemicos até se desenvolvam em terras brasileiras.
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Lembro de quando minha avó fazia mingau de chocolate pra mim, ela sempre dizia a mesma coisa “Cuidado que tá quente! Deixa esfriar se não da dor de barriga”.
Nunca achei que essa frase fosse tão real, não que eu sentisse a dor de barriga depois de devorar todo um prato de mingau com toda a minha ansiedade contida num corpo redondo de criança, mas essa “dor de barriga” foi algo que eu só aprendi com o tempo, mesmo que eu queimasse a língua toda vez que eu atacava um prato de mingau.

Mas então os anos passam, os pelos crescem e você faz justamente o contrário do que sua avó já falecida dizia, se joga de cabeça num prato de mingau e depois de um tempo você percebe o estrago e ai sim vem a dor de barriga.

Mesmo utilizando essa história no sentido figurado das coisas, tento aprender que “esperar o mingau esfriar” é um virtude e pode mesmo nos ajudar.

*Foto por Vaka – Abril/2009

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