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Autor: Leco Vilela

Prematuro

E depois de uma semana lotada de trabalho cá estou eu, escrevendo antes do tempo previsto pra essa coisa funcionar.
Falaram uma coisa interessante, “Garçom é algo estranho, na cadeia animal ele está entre o burro e o cavalo, até comer em pé ele come”, e no fim é praticamente verdade, mas assim nos sustentamos.
Lembro de falar que escreveria sobre prostituição, mas faz mais de um ano que eu sempre adiu essa discussão, mas o assunto de hoje não deixa de ter coisas relacionadas porque afinal quem nunca se sentiu uma puta depois do trabalho. A palavra trabalho tem como origem o termo “escravo”. Logo quem trabalha é escravo de algo. Pensando dessa forma todos somos escravos de algo ou alguém, conectados por uma incrível rede – “Eu pago, você recebe” – mas no fim todos se fodem. O que é trabalhar com o que se gosta? É possível alguém gostar de mecatrônica? Até onde vai a necessidade humana e a financeira? Qual a mais importante? São perguntas que já me fiz a um tempo atrás, hoje colho as respostas que plantei, assumi uma posição, uma visão sobre a vida oposta a o que a maioria escolhe, optei por trabalhar pra viver, algo que lembra aquela música “Eu não preciso de muito dinheiro, Graças a Deus”. Tudo bem, vivo com minha mãe não tenho um salário fixo e nem sou registrado, mas no fim das contas me viro, to aprendendo a lhe dar com esse tipo de situação, aprendendo maneiras de dar um olé no sistema, isso sem contar as várias voltas pra conseguir transporte de madruga. Sou um trabalhador como qualquer outro só que com um trabalho diferente e por isso não sou levado a sério, tanto por ser ator quanto por estar garçom, nem nós nos levamos a sério a verdade é essa, talvez se soubéssemos que o nosso trabalho é útil pra algo, que é realmente necessário, se houvesse um reconhecimento, mas não tem. Vendo assim já fica bem claro que independente do trabalho que você tenha, você só quer aplausos e foco em você, por que você se acha merecedor, mas será mesmo que você é.
E no fim quem é você? QUEM É VOCÊ?…Veja bem você, não o vizinho nem o companheiro, você. Se olhar no espelho, as vezes ajuda, mas na maioria atrapalha. E no fim penso na teoria de caos, na lei do “muffin” entre outras coisas. Respira, inspira, respira, se acalma e até a próxima postagem sem lógica.
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Ambiente Diferente

Volto assim, no meio de amontoado de livros, textos e contos. No som músicas da década de 50, tudo como uma grande pesquisa.
Não posso dizer que não estou gostando e pra ser sincero estou amando, remexendo nas minhas anotações do contexto da música brasileira, pesquisando livros, autores, contos pra buscar alguma inspiração.
Além da peça habitual de todos os semestres, alguns outros projetos tomam meu tempo e ainda tenho muito pra pesquisar. Sempre gostei muito de música e do contexto sócio-histórico da sociedade brasileira e como a música interfere e participa nisso tudo, então não é difícil perceber que estou como pinto no lixo, relendo trechos do livro “História Sexual da MPB – A Evolução do amor e do sexo na sociedade brasileira. – Rodrigo Faour” que já tomou muito do meu tempo ano passado. Alem dessa nostalgia dos anos 50, passo pelo existencialismo de Sartre, e algo do Teatro do Absurdo que me mostrou algumas outras possibilidades, não posso deixar de notar que a maturidade é coisa que vem com o tempo, mas é muito mais gostosa vista com olhos de infância. Toca “Ne Me Quitte Pás” agora no som e a cabeça vai longe. Alem da própria pesquisa para o teatro tenho meus livros para “lazer” e estudos pessoais, relendo contos do Caio Fernando e por ai vai. Claro que tenho meu pé na atualidade, conhecendo bandas novas no meio de várias conhecidas, morrendo de vontade de adquirir textos novos, alguns outros livros, mas o dinheiro curto só pra variar. Falei das minhas fotos na ultima vez que postei aqui, pois bem talvez esteja surgindo algo, um [re]interesse.
É pensei realmente em escrever sobre a prostituição no Brasil, dando a minha opinião sobre o assunto e abrindo uma discussão, mas ficou difícil competir com o que estou vendo e fazendo enquanto escrevo, então fica para uma próxima… Bom então eu fico por aqui, muito ainda pra ler, e fazer, até a próxima.

*Foto por Jan Saudek

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Reticências

Então é assim! Passa-se mais de 2 anos e o Nome da Coisa continua. Querendo ou não isso é um avanço, principalmente considerando meu humor instável.
É meio impressindivel dizer que nesses 2 anos eu procurei ao máximo me distanciar dos texto que escrevia, de maneira bizarra e bem clara, os que eu mais consegui me afastar foram os menos polêmicos, de menor repercussão.
Hoje chego na conclusão forçada de que quando eu escrevo com minha alma eu tenho uma resposta muito melhor do público e de mim. Assim como muitos sou craque em detestar as coisas que faço, achar que poderiam ser bem melhores. Ultimamente minhas fotografias tem me mostrado mais do que eu queria, não por eu ter me dado de mais nas fotos, pelo contrario, pela ausência de espírito nelas, querendo ou não isso é um reflexo do que sou ou de como estou, não gosto de escrever textos pessoais no Nome da Coisa, por que o vejo como uma coluna de idéias soltas, mas relendo alguns artigos percebo que querendo ou não sempre falei de mim mesmo, até quando me mantive distante. Lembro do texto de abertura desse espaço, falava do poder das palavras, da informação, usando como referencia o caso do bebê diabo que causou várias reações na população paulista, no final eu disse que se um caso assim atingiu números surpreendentes de leitores, o mais certo seria você se expressar de alguma forma, de qualquer forma e foi assim que isso aqui surgiu e é assim que isso aqui continua. Desabafos a parte, essa vem sendo a função desse blog, mostrar minhas opiniões e algumas informações que acho pertinentes a serem discutidas, seja sexualidade, seja comportamento, religião, atualidades, besteiras a parte, isso é a grande coisa da qual todos fazemos parte.
Fiquei muito surpreso ao ver os históricos do Nome da Coisa, percebendo o mais de dois anos de existência que passou desapercebido por mim e garanto, por muita gente. E mesmo surpreendido dessa forma fico contente, mesmo que com outros questionamentos, fico feliz de saber que minha cabeça ainda não parou, ainda não sucumbiu a uma vida diária de rotinas inúteis, que ainda posso amar o meu amor sem regras e viver minha vida louca e fanática, mesmo diante de tantas outras coisas que vem surgindo no horizonte.
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Geração Coca Zero*

Vivemos numa geração de esperas, num intercambio de idéias e conceitos, estamos no meio de tudo isso e tudo isso está no nosso meio.
Recebemos tantas informações que não administramos nem metade delas. Não sabemos quem somos o que somos e no fim não temos nem certeza se o som se propaga no vácuo.
Não têm como não associar a imagem do filme da Disney “Alice no País das Maravilhas” em que muitas setas dominam a paisagem, com a realidade do jovem atual, é um mundo de consumo exagerado de informações rápidas, conflitos internos por coisas cada vez mais complexas e detalhistas, somos como uma poeira em frente ao aspirador. Não sabemos do nosso destino, não sabemos por onde começar. Enquanto no passado os jovens lutavam por um mundo melhor, hoje vivemos nesse mundo construído com a missão de construir um próximo, num ciclo infinito de destrói e constrói. Moramos sozinhos, seja num apartamento no centro, seja num quarto na casa dos nossos pais, vivemos independentes e dependentes de nos mesmos e de tudo a nossa volta. Não sabemos que caminho tomar, mas sabemos dos que não queremos, muitos acabaram cedendo ao que vai acabar com a sua felicidade, outros vão até o limite pra se sustentar pra ter a absoluta certeza que não se venderam que não perdeu seu ideal, que é feliz que é livre, mas esse caminho tem pedras e espinhos, esse caminho machuca, esse caminho marca e exatamente por isso muitos dirão que não vale a pena, mas talvez seja isso que faça valer a pena. Enfim é assim vivemos, em eternos conflitos, numa época de perigos constante, perigos físicos, perigos psicológicos, perigos farmacêuticos.
Esse é o retrato de uma sociedade que cresce tanto a margem com dentro dessa sociedade tumultuada que vivemos hoje.

*Alusão ao titulo da música “Geração Coca-Cola” de Renato Russo.

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Queerfest

Lembra do “Abaixo as roupas íntimas!”, pois então, tudo isso se repete, passa-se um ano e lá estamos de novo.
É agora em março dias 15 e 16 que rola mais um edição do queerfest, o primeiro evento de queercore do país.
Na minha primeira postagem sobre o evento eu falei sobre o surgimento desse movimento e um pouco sobre a idéia do evento, e hoje vamos falar mais sobre a idéia dessa edição. O evento busca uma temática de extrema importância, o Mercado, a Política e a Transgressão. Buscando sempre a liberdade de gênero, a desconstrução desse corpo formado por uma sociedade heterosexista que gira em torno de um capital mais importante do que as várias vidas que nos cercam. Contando com debates, oficinas, shows e festa o evento traz a tona uma série de questões que são caladas todos os dias por nossa sociedade. Não esquecendo da filosofia “faça você mesmo” que predomina por todo o evento, dessa fez contando com nomes como: Nerds Attack(SP), Solange tô Aberta(SSA) e Lixo é Luxo(ES). Com oficinas de estêncil entre tantas outras coisas. O Vídeo Paperdoll também é uma atração do evento. Então é isso, pra quem já foi se prepare para ir de novo, pra quem não foi vale a pena conferir. Pra quem mora fora de São Paulo, arrume um caravana e venha, já tem caravanas saindo de Curitiba e Vitória, então não tem desculpa, bora lá.

“Dançaremos ao som da queda da cultura simbólica e celebraremos o troca troca de experiências de vida e de luta. Não há masculino. Não há feminino. Seja Livre. Saia do mapa das categorias”. – Retirado do site do evento.

Links:
Queerfest
Van de Vitória
Van de Curitiba
Fotos do último Queerfest


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