Respiro, em tempos sem umidade essa é uma tarefa difícil. Abro a janela em busca de ar, o vento bate suave e frio no meu rosto. A noite parece fria, mas mesmo assim meu corpo sua.
Em gotas sinto o calor descer a espinha dorsal do meu corpo, provocando um arrepio estranho. É nessa hora que o mocinho deve acender seu cigarro?… A cena pede isso.
Confuso deixo a janela aberta e vago com meu corpo nú pela casa, olho dentro da geladeira e não encontro nada que me encante, que alimente essa necessidade de algo sem cor e sem nome. Talvez, mas só talvez eu não queira nada. Talvez, mas só talvez eu queira eu. Eu queira vivificar meus sonhos e anseios.
Falta-me coragem e o suor continua a me correr nas costas, aumentando a minha necessidade de mim mesmo, quero comer-me.