A idéia precede o ato de escrever, é necessário uma idéia fixa, um ponto de interrogação, uma ponta interna que às vezes chega até a doer; então como quem não quer nada põe-se a escrever. Expressa-se.
Às vezes quem ajuda o ato é o silêncio, outras vezes a música se faz necessária. Cria-se um clima. Imaginem:
“gêmeos de alma correrem pelo pasto verde com o sol a fazer sombra em seus corpos ascendentes”.
Agora é necessário chegar até o fim dela. Sem um final a história lhe incomoda por dias, ela pede para ser terminada, ela clama por uma conclusão plausível, veja bem PLAUSIVEL, não boa ou ruim, mas plausível. Uma história não é dicotômica, ela não briga entre o bem e o mau enquanto é escrita, ela simplesmente é o que os dedos fazem dela.
Algumas histórias surgem de cadernos com as canetas de pontas finas. As canetas de pontas finas são as minhas favoritas. Elas parecem correr pelo papel e às vezes escrever coisas que nem nos demos conta que pensamos, muitas vezes são mais rápidas que os dedos.
Enfim, ele põe seu óculos ao lado, esfrega os olhos, respira fundo e revisa o texto, uma, duas, três… Quantas vezes o texto lhe pedir. Corrige, arruma, tenta limpar as imperfeições e manter o coração pulsante do próprio texto, que é independente da sua vontade. Depois de escrito, o texto já não é mais dele. Depois de tudo isso feito, de toda essa história, pode-se ter a chance de ter uma boa “história” para contar.